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Glossário Técnico

27 de setembro de 2010

Conversas Plugadas - José Dias

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No dia 14 de maio, aproveitando a passagem do cenógrafo José Dias por Salvador, quando veio criar o cenário da peça O MELHOR DO HOMEM, o TCA o convidou para uma CONVESA bastante PLUGADA. Na oprtunidade, ele falou sobre a formação dos profissionais da área, trabalho em equipe, televisão, dentre outos assuntos.


APRESENTAÇÃO


Falar sobre cenografia é um prazer muito grande porque às vezes eu me pergunto se as pessoas entendem cenografia como arte, linguagem e técnica. Se elas sabem que cenografia de televisão, cinema e teatro são três linguagens completamente diferentes. As pessoas confundem cenografia com decoração. Não tem nada que ver. Cenografia é mais sentimento, é algo que leva tempo, não é uma coisa pré-estabelecida, que você pega o texto e faz de uma hora para a outra o desenho e entrega ao produtor e diretor. Isso não é cenografia. Cenografia não é o que vocês veem, hoje, em televisão. Ela não pode ser bela, não pode roubar a cena, tem que ser funcional e ter praticidade. Como é que ela nasce? Nasce desse sentimento. É um trabalho árduo e sofrido. Por quê? Porque quando pego o texto, faço a primeira leitura, a segunda, a terceira, e aí vou trabalhando esse texto, mergulhando e quase me torno um personagem dessa estória. Só que não posso preestabelecer nada. Não posso chegar para o ator, pois ele vai me perguntar qual é o seu espaço. Não posso dizer para ele, porque da mesma forma que ele está no processo de construção do seu personagem, eu estou no processo de construção do meu espaço cênico, que só vai se caracterizar a partir de uma ação dramática. Então, tudo tem um tempo. Já levei oito meses trabalhando um texto e cheguei a três elementos de cena --- um texto que tinha mais de dezessete cenografias. As pessoas acham que fazer cenografia é simples. Ela vai nascendo em função de um texto, de uma linguagem e de uma proposta cênica de direção. Então, tudo tem que ser em função de um texto com a dramaturgia e do que o diretor se propõe. Ele não vai determinar cor, textura, nada disso. Quem determina é o cenógrafo, e muitas vezes, a área útil de trabalho do ator e sua movimentação em cena. Isso eu provo a vocês, porque toda a geometria de palco e toda a estrutura e geometria da cenografia do espaço, quem determina, muitas vezes, é o cenógrafo. Então, tudo tem que ser em função de um texto com a dramaturgia e do que o diretor se propõe. Ele não vai determinar cor, textura, nada disso. Quem determina é o cenógrafo, e muitas vezes, a área útil de trabalho do ator e sua movimentação em cena. Isso eu provo a vocês, porque toda a geometria de palco e toda a estrutura e geometria da cenografia do espaço, quem determina, muitas vezes, é o cenógrafo.

1983 - Dueto Para Um Só

1999 - Bispo dos Rosários - A Via Sacra dos Contrários

Todos nós, em teatro, temos que trabalhar em equipe. Se não houver uma comunhão entre cenógrafo e diretor, não vai acontecer nada. Vai acontecer o seguinte: a direção vai para um lado, a cenografia para outro, e o iluminador e o figurinista para outro. Não houve uma comunhão. E para que isso aconteça, antes, é preciso haver uma proposta, e quem vai determinar é o diretor. Ele propõe a linguagem, a proposta cênica de direção, e vai caber ao cenógrafo responder graficamente a essa proposta e determinar a textura, a cor dessa forma que ele criou. Por isso que eu digo que é um

24 de setembro de 2010

Ogum

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A peça Ogum, Deus e homem conta o que acontece com Ogum quando ele sai do mundo divino e vem para a Terra desejando ser homem. Seu objetivo é ter essa experiência e ensinar como se trabalha com ferro, uma vez que é a entidade Deus do ferro. Portanto, esse momento, quando Ogum torna-se humano e experimenta essa condição, é o foco principal do espetáculo.

No cenário, foram trabalhados o rústico e a tecnologia, brincando com a idéia de mega pixel em cima das estruturas de metal, que é o material trabalhado por Ogum. Assim, houve a mistura do trabalho tecnológico, moderno com o manual, que envolve madeira e ferro.












Fotos: Yuri do Val
Texto: Luís Cláudio de Oliveira

22 de setembro de 2010

Maldição de Luiz Caldas

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No dia 18 de setembro, na Concha Acústica do Teatro Castro Alves, o público baiano teve a oportunidade de assistir ao Maldição, que foi o nome do show de rock de Luiz Caldas. Isso mesmo. O pai do Axé mostrou seu lado roqueiro para quem não conhecia. O show foi a junção do teatro com a ópera rock, no qual houve a caracterização com o uso de maquiagem. Vinte e uma músicas inéditas fizeram parte, sendo de autoria do próprio Luiz Caldas. Todas constam nos CDs Castelo de Gelo, que contém a música Maldição, e Antídoto, que ainda será lançado.

Excelente instrumentista, Luiz Caldas mostrou, mais uma vez, o seu talento, nos brindando com um rock de qualidade. Impressionante é ver um artista enveredando por um estilo totalmente oposto do que o consagrou, e fazer com excelência. Quem não foi, perdeu uma ótima oportunidade de ver um show não só de música, mas também de cenografia, figurino e maquiagem, com atuação discreta de atores.

Finalmente a Bahia ganha uma superprodução rock, com riqueza de detalhes e bom gosto, proporcionada por quem alia competência e versatilidade.

Zuarte Jr foi o responsável pela criação do cenário, que é a reprodução de um cemitério de cimento, granito e mármore, mas feito de madeira, isopor, folhas naturais, secas, pintadas e galhos para darem a ambiência de um cemitério abandonado.


















Fotos: Yuri do Val
Texto: Luís Cláudio de Oliveira

9 de setembro de 2010

Conversas Plugadas - Vera Hamburger

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Convidada para ministrar a oficina de cenografia do TCA.Núcleo, do espetáculo As aventuras do maluco beleza, Vera Hamburger -- Diretora de Arte e Cenógrafa -- participou do Conversas Plugadas, no dia 08 de abril, falando sobre a sua experiência em cinema, quando criou cenários de varios filmes, tais como Carandiru, Castelo Rá-Tim-Bum e Ó Paí, Ó.

APRESENTAÇÃO


Sou paulista, de uma família composta por alemães por parte do meu pai e imigrantes italianos católicos, do lado da minha mãe. Nessa família, tive um tio que foi muito importante para mim. Desde cedo, ele me colocou em contato com as questões do teatro, da representação e da arte em geral, que foi Flávio Perlo, um cenógrafo muito importante para o teatro do Brasil. A importância do meu tio, para mim, foi no sentido de abrir meu olhar na direção das manifestações artísticas e de estar sempre querendo chegar mais perto da verdade.

Antes quis ser atriz. Assim, fui fazer cursos, mas vi depois que a minha vocação não era para seguir a carreira de atriz e decidi cursar Arquitetura. Trabalhei três meses num escritório, mas abandonei e comecei a fazer teatro e cinema. A faculdade de Arquitetura foi uma base muito rica para mim, servindo tanto para o teatro, quanto o cinema. A cenografia está muito próxima da Arquitetura. Foi o caminho que escolhi para trilhar. Claro que outros caminhos podem ser também tão ricos, como as Artes Plásticas, a vida nas ruas ou o autodidatismo. Mas para mim, foi pela Arquitetura e reflexão sobre o seu uso, desenho, espaço e sua história. Tudo isso foi a maneira de me aproximar da Arquitetura através do teatro, quando consegui aproveitar mesmo e desenhar uma Arquitetura em forma de teatro, uma Arquitetura cênica, no teatro e no cinema. Antes disso, não conseguia ter muito prazer em criar um projeto de emprego de Arquitetura.
Isso só aconteceu quando ela virou uma Arquitetura da cena, que não era permanente, ou seja, para uma estória de começo, meio e fim, na qual eu podia, inclusive, discutir essas etapas do processo.


Desenho e Cenário da Peça "Parzifal"


Direção de arte, para mim, é uma paixão tão grande, que me levou a fazer uma pesquisa histórica sobre a História da direção de arte no cinema no Brasil, desde 1908 até o momento, que é uma