No dia 14 de maio, aproveitando a passagem do cenógrafo José Dias por Salvador, quando veio criar o cenário da peça O MELHOR DO HOMEM, o TCA o convidou para uma CONVESA bastante PLUGADA. Na oprtunidade, ele falou sobre a formação dos profissionais da área, trabalho em equipe, televisão, dentre outos assuntos.
APRESENTAÇÃO
APRESENTAÇÃO
Falar sobre cenografia é um prazer muito grande porque às vezes eu me pergunto se as pessoas entendem cenografia como arte, linguagem e técnica. Se elas sabem que cenografia de televisão, cinema e teatro são três linguagens completamente diferentes. As pessoas confundem cenografia com decoração. Não tem nada que ver. Cenografia é mais sentimento, é algo que leva tempo, não é uma coisa pré-estabelecida, que você pega o texto e faz de uma hora para a outra o desenho e entrega ao produtor e diretor. Isso não é cenografia. Cenografia não é o que vocês veem, hoje, em televisão. Ela não pode ser bela, não pode roubar a cena, tem que ser funcional e ter praticidade. Como é que ela nasce? Nasce desse sentimento. É um trabalho árduo e sofrido. Por quê? Porque quando pego o texto, faço a primeira leitura, a segunda, a terceira, e aí vou trabalhando esse texto, mergulhando e quase me torno um personagem dessa estória. Só que não posso preestabelecer nada. Não posso chegar para o ator, pois ele vai me perguntar qual é o seu espaço. Não posso dizer para ele, porque da mesma forma que ele está no processo de construção do seu personagem, eu estou no processo de construção do meu espaço cênico, que só vai se caracterizar a partir de uma ação dramática. Então, tudo tem um tempo. Já levei oito meses trabalhando um texto e cheguei a três elementos de cena --- um texto que tinha mais de dezessete cenografias. As pessoas acham que fazer cenografia é simples. Ela vai nascendo em função de um texto, de uma linguagem e de uma proposta cênica de direção. Então, tudo tem que ser em função de um texto com a dramaturgia e do que o diretor se propõe. Ele não vai determinar cor, textura, nada disso. Quem determina é o cenógrafo, e muitas vezes, a área útil de trabalho do ator e sua movimentação em cena. Isso eu provo a vocês, porque toda a geometria de palco e toda a estrutura e geometria da cenografia do espaço, quem determina, muitas vezes, é o cenógrafo. Então, tudo tem que ser em função de um texto com a dramaturgia e do que o diretor se propõe. Ele não vai determinar cor, textura, nada disso. Quem determina é o cenógrafo, e muitas vezes, a área útil de trabalho do ator e sua movimentação em cena. Isso eu provo a vocês, porque toda a geometria de palco e toda a estrutura e geometria da cenografia do espaço, quem determina, muitas vezes, é o cenógrafo.
1983 - Dueto Para Um Só
1999 - Bispo dos Rosários - A Via Sacra dos Contrários
1999 - Bispo dos Rosários - A Via Sacra dos Contrários
Todos nós, em teatro, temos que trabalhar em equipe. Se não houver uma comunhão entre cenógrafo e diretor, não vai acontecer nada. Vai acontecer o seguinte: a direção vai para um lado, a cenografia para outro, e o iluminador e o figurinista para outro. Não houve uma comunhão. E para que isso aconteça, antes, é preciso haver uma proposta, e quem vai determinar é o diretor. Ele propõe a linguagem, a proposta cênica de direção, e vai caber ao cenógrafo responder graficamente a essa proposta e determinar a textura, a cor dessa forma que ele criou. Por isso que eu digo que é um