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CENTRO DE REFERÊNCIA EM ENGENHARIA DO ESPETÁCULO TEATRAL EM IMPLANTAÇÃO
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Glossário Técnico

21 de dezembro de 2010

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Nos dias 6 e 7 de dezembro, das 8:00 às 18:00, aconteceu no Centro Técnico do TCA a oficina “ Modelar – Inovações: Geometria x Corpo x Espaço” , com Jum Nakao, o estilista que deixou todos os participantes do São Paulo Fashion Week boquiabertos quando, no final do seu desfile, em que as modelos que apresentavam a coleção feita de papel, começaram a rasgar os vestidos. Mas ele abandonou a carreira de estilista e, hoje, se dedica às artes plásticas e ao ensino do conhecimento que acumulou durante mais de vinte anos, tendo como proposta contribuir para a formação e a transformação das pessoas.

Durante a oficina, Jum Nakao apresentou uma novidade para os participantes, que foi um método diferente de modelagem, feito no corpo da pessoa, usando fita crepe, em vez de papel craft.A técnica é feita basicamente com um manequim feminino ou masculino, em que se faz todo o preparo da base dessa modelagem com fita crepe.



Partindo do centro do manequim, começa a aplicação da fita crepe no sentido vertical, indo até a lateral, sendo primeiro a frente, e depois as costas, para essas duas partes se encontrarem na lateral do manequim. Depois de estar totalmente preparado, são dadas várias camadas de fita crepe, que vão formando uma espécie de “pele”.





Em seguida, começa a fazer as marcações da abertura do ombro, da altura do bico do seio para determinar a cava do ombro na lateral e do colarinho. Feito isso, tira-se a casca do manequim a partir da base do centro de ambos os lados – frente e costas –, puxa e vai virando toda essa “pele” pelo avesso.



Posteriormente, coloca essa “pele” sobre um papel craft e dá início ao processo de planificação, pondo no plano as áreas que se estabelece como prioridade, mas antes de recortar, é preciso marcá-las. São feitas indicações com números e traços, que vão ligando-os.


A partir daí, recorta e cola no craft e faz vários recortes, de maneira que essa “pele” tridimensional fique totalmente planificada no papel. Assim sendo, tem-se um molde básico daquele manequim que foi envolvido com fita crepe anteriormente. Dessa forma, pode-se fazer um protótipo no murim – tecido de algodão – alvejado ou branco para se conseguir uma transparência que possibilite a união de um ponto ao outro, que foram marcados anteriormente. A montagem é feita com um grampeador por ser a maneira mais prática e mais rápida de se fazer esse protótipo, simulando uma costura.



Assim, tem-se a modelagem do busto, que é o básico. A partir daí, existe a opção de aumentar essas partes que foram planificadas, bastando aplicar nelas o que se deseja, aumentando ou modificando.




Fotos: Yuri do Val / Cláudio Machado / Renata Mota
Texto: Luís Cláudio de Oliveira

15 de dezembro de 2010

Pólvora e Poesia

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Com texto de Alcides Nogueira e direção de Fernando Guerreiro, o espetáculo “Pólvora e Poesia” estreou no dia 8 de dezembro no Espaço Cultural da Barroquinha. A peça retrata a relação amorosa dos poetas Arthur Rimbaud e Paul Verlaine, que viveram no final do século XIX, causando escândalos na sociedade francesa da época.

A mesa para ser utilizada no espetáculo “Pólvora e Poesia” tem um sistema de gaveta embaixo, feito com quatro roldanas que correm dentro de um trilho. Quando se puxa o ferrolho localizado atrás de cada ponta onde está adaptado na gaveta, sai rapidamente do trilho. No centro tem um pé móvel, que, após ser retirado, é desencaixado. O sistema de cabo de aço o puxa para trás, e automaticamente a mesa se desfaz, ficando em forma de M. Tem outro sistema no lado esquerdo, que também é de ferrolho, que quando é puxado, juntamente com a outra perna na lateral esquerda da mesa, faz com que ela desabe. Portanto, foi projetada para três momentos da peça. No primeiro mantém-se inteira; no segundo, adquire o formato de “M”, e no terceiro torna-se uma rampa que desce, mas continua reta, em cima da mesa.



Fotos: Yuri do Val
Texto: Luís Cláudio de Oliveira

9 de dezembro de 2010

Bacad

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O espetáculo BACAD, que estreou no dia 3 de dezembro, no teatro Vila Velha, trata da memória afetiva da América Latina, inspirado numa trilogia de livros de Eduardo Galeano – escritor uruguaio –, abordando a questão da identidade, miscigenação e de como podemos nos resgatar enquanto indivíduos latino- americanos.

O cenário surge da necessidade de se ter muitas projeções e vídeos. Sendo vídeo-instalação, é um suporte para esses vídeos. Como o espetáculo trabalha muito com a ideia do espelho, de nos reconhecermos culturalmente, as grandes telas, que fazem a tridimensionalidade com os vídeos, servem também para trabalhar a ideia desses espelhos e imagens, que podem ultrapassar o limite mais plano.

O cenário é todo branco, feito com muito tecido, além de telas vazadas, cortina de voil, elástico e algumas estruturas de madeira. Tem várias projeções, sendo que o figurino preenche-as de cores. Uma tractana e um cabo de aço são usados para permitir que a cortina caia inteira num determinado momento do espetáculo, no piso, que é uma caixa.



Fotos: Yuri do Val
Texto: Luís Cláudio de Oliveira

3 de dezembro de 2010

LISTA DE SELECIONADOS PARA OFICINA ESPECIAL 2010 :: JUM NAKAO :: MODELAR - INOVAÇÕES: GEOMETRIA x CORPO x ESPAÇO

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1. Adriele Regine
2. Agamenon de Abreu
3. Alethea Fuscaldo
4. Alexandre Guimarães
5. Bárbara Ferreira
6. Carolina Diniz
7. Claudia Maria Soares
8. Edson Gregório do Nascimento
9. Gilberto Bastos
10. Jamile Andrade
11. Leila Gina dos Reis
12. Marcos Bautista
13. Margarida Maria da Silva
14. Maria Cristina Melo
15. Marinildo Farias
16. Meire Jane Cabral
17. Olga Gómez
18. Romulo Salomão dos Santos
19. Salvelina Pacheco
20. Silvana Beatriz Grappi
21. Silvia Cristina Costa
22. Thiago da Cunha Romero
23. Vitorino Souza

OBS.: A oficina acontecerá nos dias 06 e 07 de Dezembro (segunda e terça-feira), das 8h às 12h e das 14h às 18h.

*Lista de materiais para necessários para a oficina.

Cada participante deverá trazer:
  • 03 rolos de fita crepe de 5 cm de largura
  • 01 Tesoura para papel e tesoura para tecido
  • 01 Grampeador com no mínimo 100 grampos disponíveis
  • 03 metros de murim grosso engomado na cor branca
  • 01 Fita métrica
  • 01 caixa de alfinete de cabeça

18 de novembro de 2010

Oficina Especial 2010 - Jum Nakao

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O Centro Técnico do Teatro Castro Alves promove nos dias 6 e 7 de dezembro, das 8h às 12h e das 14h às 18h, uma oficina com o renomado estilista, artista plástico e designer Jum Nakao, que se tornou mais conhecido pelo grande público quando, em julho de 2004, realizou, na São Paulo Fashion Week, uma performance em que, ao final do desfile, modelos rasgaram suas roupas feitas de papel vegetal confeccionadas em mais de 700 horas de trabalho.


Intitulada "Modelar - Inovações – geometria x corpo x espaço", a oficina tem inscrições abertas até o dia 30 de novembro. Os interessados em uma das 20 vagas disponíveis devem comparecer ao Núcleo de Produção do TCA (Piso -1) portando cópia de RG, currículo e portfólio para avaliação, entre 14h e 18h. O resultado das inscrições será divulgado no blog do Centro Técnico e no site do TCA no dia 3 de dezembro.

Jum Nakao – Estilista e diretor de criação, brasileiro e neto de japoneses, Jum Nakao é apaixonado por tecnologia. O paulistano chegou a cursar engenharia eletrônica, mas acabou optando por artes plásticas e depois por moda, onde percebeu uma possibilidade de transformação e libertação de sua criação.

Seu trabalho foi reconhecido publicamente em 1996, no Phytoervas Fashion quando fez um desfile, inspirado em Bibelô, personagem do cartunista Angeli. Depois disso, trabalhou para as marcas Zoomp e Nike, além de concentrar-se em sua própria marca.

Fortemente influenciado pela tecnologia, pela estética japonesa e pelos filmes de animação, seus desfiles já se tornaram um acontecimento cercado de grande expectativa. No início de 2004, criou e recriou looks em plena passarela, sobrepondo as roupas nos modelos.

Foi A Costura do Invisível, que em livro e DVD mostra o processo de trabalho, desde as primeiras idéias até o desfile e seus desdobramentos artísticos.

A Costura do Invisível também fez com que Jum recebesse na Holanda o título de uma das 100 melhores contribuições de design para o mundo. A convite dos curadores do Sabbioneta Art Festival, Jum Nakao participou como Fashion Intelecttual da mostra Please me Fashion realizada em Mantova na Itália com a obra Luxdelix em julho de 2010.

Jum Nakao foi convidado pelo Vitra Design Museum a realizar um workshop em Domaine de Boisbuchet, região a sudoeste da França. Os workshops visam proporcionar “insights” sobre o processo do design associado a mudanças no pensar em relação à criatividade e as habilidades manuais. Estiveram com ele nomes como Maarten Baas (NL), Raw Edges (IL), Big-Game (B), (CH), Moritz Waldemeyer (D), Marc Bretillot (F) e Emiliano Godoy (MEX).

As Velhas

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Com texto de Lourdes Ramalho e direção de Luiz Marfuz, o
espetáuclo “As velhas”, que estreou dia 18 de novembro, no teatro SESC / SENAC- Pelourinho, retrata a vida de duas mulheres do Sertão Nordestino que tem uma história mal resolvida e precisam solucionar essa questão.

Rodrigo Frota, o cenógrafo, optou pela cor vermelha para retratar a aridez do Sertão, inspirando-se no texto do poeta Frederico Garcia Lorca, uma vez que a peça é um drama com pitadas de tragédia. São três espaços muito simples e bem definidos no cenário: um piso giratório, uma escadaria como praticável e um corredor em forma de “U”, que sai de um lado do praticável até o outro, passando pelo piso giratório. No teto há bolandeiras, que são máquinas muito usadas no Sertão para descaroçar algodão e moer cana, impulsionadas por tração animal ou humana.


Os materiais usados na criação foram tecido e rendatex no parador do fundo para, no final, os atores serem revelados através de um painel fotográfico. No piso foram usadas lonitas, que substituem a lona e diminuem os custos; madeira e metalon para a confecção dos praticáveis e do piso giratório. Uma roda de carroça do desifle “Brasil 500 anos” foi usada como molde para serem feitas as bolandeiras de resina, que é um material resistente e muito leve. Mas para que elas girassem, foi preciso a utilização de um sistema de traquitanas e um motor.

Fotos: Yuri do Val
Texto: Luís Cláudio de Oliveira

3 de novembro de 2010

À Flor da Pele

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Criação do cenógrafo Ismael Ivo, a mais nova coreografia do Balé Teatro Castro Alves, “À flor da pele”, estreou dia 29 de outubro, na sala principal do TCA. A proposta é fazer o uso do corpo como instrumento de identificação das mudanças mais importantes do indivíduo, ou seja, aquelas que deram uma guinada na sua vida.

O cenário de Marcel Kaskeline e Zuarte Jr. retrata os caminhos que o homem trilhou, sua vida e experiências acumuladas, representadas pela chuva, que significa o movimento cíclico da renovação vital, cujo efeito cênico possibilita a escrita da trajetória dos bailarinos, embora o tempo apague, mas preparando-os para uma nova escrita.

Processo de montagem do cenário no palco principal do TCA:
a) Remoção da camada de proteção do espelho de acrílico que substitui a rotunda.
b) preparação da tractana que simula chuva com a utilização de sementes.
c) fundo da parede de espelhos de acrílico, onde foi posicionada a orquestra Neojibá.

Os materiais utilizados na confecção do cenário foram espelhos de acrílico presos em estruturas de metalon e cantoneira em “L”, formando um paredão. Este, preso nas varas de cenário por cabos de aço, sobe inclinado, permitindo que o público veja as escritas refletidas, e assim, perceba a própria vida refletida no espelho. Também foram utilizadas sementes para fazer o efeito da chuva, mas antes houve a experimentação com partículas de borracha granulada, as quais foram descartadas por não ter um resultado satisfatório. Confeccionadas por Albano D´Ávila (Moaba), flores de papel contribuíram para embelezar ainda mais o espetáculo que deixou todos com a emoção À flor da pele.

Adereços feitos para a coreografia em um momento de referência ao bailarino Japonês Sankai Juku.

O figurino foi composto por cento e cinqüenta e cinco peças, sendo que os materiais utilizados para a sua confecção foram malha, liganete, oxford e crepe musseline.

Processo de confecção do figurino.


Fotos: Yuri do Val
Texto: Luís Cláudio de Oliveira